
RESIDÊNCIA PARA UMA DANÇA MACABRA
Residência
2020
20 horas
18 anos
Danças Macabras são alegorias pictórico-literárias do final da Idade Média que versam sobre a universalidade e a infalibilidade da morte. Na literatura, na gravura, na pintura, na escultura e na música, fomenta a produção de materiais nos mais diversos suportes. Entendendo esse gênero como disparador na criação de dramaturgias, roteiros e programas, a proposta é promover uma atualização do tema e das suas representações pelo prisma da atual conjuntura social e política, culminando em uma ação performativa a ser executada no digital.
FICHA TÉCNICA
Proposição: Felipe Damasceno, Honório Félix, Renan Capivara, Ruth Aragão, Sarah Nastroyanni e William Pereira Monte
Realização: No barraco da Constância tem!
PRINCIPAIS AÇÕES
Residência 2020 – Online – Fortaleza (CE).
PRÊMIOS
- Formação – Edital para projetos de Curta Duração – Secultfor – Lei Aldir Blanc.
RELEASE
A presente proposta diz respeito a uma residência de criação ofertada pelo No barraco da Constância tem! a ser realizada de maneira online, voltada ao exercício da criação coletiva e da direção compartilhada no contexto das mídias digitais; e tendo como ponto de partida os modos de produção dos espetáculos do coletivo. Como principal mote para a criação nessa residência, estão as chamadas “Danças Macabras”: obras textuais-iconográficas surgidas no fim da idade média que, ganhando notoriedade na Europa no início da idade moderna, se desenvolveram em diversos suportes. Unindo palavra e imagem, as “Danças Macabras” eram produzidas tanto como publicações textuais acompanhadas de gravuras como também afrescos pintados em igrejas e cemitérios acompanhados de textos. Essas obras pictóricas, emergentes no contexto da Peste Negra – que levou milhões de pessoas ao óbito –, apontam uma relação do homem com a finitude. Nos seus exemplares, observamos de maneira alegórica uma narrativa de condução dos vivos ao falecimento. A figura da morte, representada geralmente por esqueletos humanos, conduz ao perecimento diversas pessoas através de uma dança. São levados a este fim diversos tipos do cotidiano medieval, das mais distintas hierarquias e classes sociais, como o papa, imperadores, imperatrizes, reis, rainhas, príncipes, princesas, bispos, cavaleiros, artesãos, trovadores, comerciantes, velhos, jovens e crianças. Divididas em estrofes como se fossem falas de personagens, tal qual uma representação, as “Danças Macabras” apresentam os vivos conversando com a morte, lamentando o fim da vida e constatando a infalibilidade do passamento, o que acaba por levantar uma série de questões sociais, históricas, políticas e culturais. Aproximando os artefatos designados como “Danças Macabras”, em sua relação contextual com surtos pestíferos e epidêmicos, às diversas criações em plataformas digitais ocasionadas pela pandemia de Covid-19, desejamos realizar essa residência no sentido de reorganizar os suportes e atualizar as questões sócio-histórico-político-culturais dessas “Danças Macabras” para os tempos de hoje; como um exercício poético e estilístico para o desenvolvimento de uma performance virtual.
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