A BRAVA JORNADA

Em 1941, quatro pescadores do Ceará – Jacaré, Manuel Preto, Tatá e Jerônimo – navegaram até o Rio de Janeiro na jangada São Pedro para reivindicar, junto ao chefe da nação Getúlio Vargas, os direitos trabalhistas da classe pesqueira. Sua missão foi bem-sucedida e eles se tornaram heróis, despertando o interesse da imprensa da época. No ano seguinte, durante a produção de um filme no Brasil, o cineasta Orson Welles convidou os jangadeiros para participar de uma simulação da chegada deles à baía de Guanabara, representando a si mesmos. No entanto, durante as gravações, ocorreu um terrível acidente: a jangada virou e Jacaré, o líder da embarcação São Pedro, desapareceu para sempre. Este trabalho busca promover uma articulação entre as pulsões interventivas, profanas e marginais das cenas de rua e as questões de memória, patrimônio, território e identidade do jangadeiro, principalmente no que diz respeito à insistência em fazê-lo desaparecer através dos processos de gentrificação promovidos pelas especulações turística e imobiliária e em transformá-lo em figura romântica, folclórica, embalsamada e idealizada de herói.

Com estreia prevista para 2024. 

Uma realização do No barraco da Constância tem! e do Grupo Lindo. Com Beatriz Baião, Breno de Lacerda, Diêgo di Paula (Acervo Mucuripe), Eliaquim Portela, Felipe Damasceno, Felipe Pinheiro, Gabriel Matos, Georgia Vitrilis, Honório Félix, Juan Duarte, Macla Soares, Matheus Bizerra, Mayara Maria, Ruth Aragão, Sarah Nastroyanni e William Pereira Monte.